Para conduzir um veículo com segurança, enxergar bem é fundamental. Por isso, um dos requisitos para obter ou renovar a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) no Brasil é passar por um exame de aptidão física e mental, com destaque para a avaliação oftalmológica.
O teste é aplicado pelo Departamento Estadual de Trânsito (Detran) como uma medida preventiva para garantir que os condutores tenham condições visuais adequadas para circular pelas ruas e rodovias do país.
A legislação brasileira exige que, antes de tirar a primeira habilitação ou renovar o documento vencido, o motorista passe por avaliação médica com profissional credenciado ao Detran. Nesse exame, aspectos como acuidade visual, visão monocular, percepção de profundidade, visão periférica e capacidade de identificar cores são verificados. O objetivo é identificar se o candidato à CNH ou o motorista que busca renovação apresenta condições ideais para dirigir com segurança.
Como é feito o exame?
O exame de vista do Detran é realizado em clínicas credenciadas e o processo é relativamente rápido, seguindo padrões definidos pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran). Entre os testes mais comuns, está a leitura de optótipos, letras de tamanhos variados, que avaliam a acuidade visual, ou seja, a nitidez com que a pessoa enxerga a uma determinada distância.
Além disso, o médico pode aplicar testes para detectar dificuldades na visão periférica e na percepção de profundidade, importantes para avaliar distâncias entre veículos e obstáculos. Também são verificadas condições como daltonismo (dificuldade em diferenciar cores), que pode interferir na identificação de semáforos e placas de trânsito.
Caso o candidato use óculos ou lentes de contato, é necessário apresentar o acessório no momento da avaliação. Se for constatado que a correção visual é indispensável para a condução segura, essa exigência será registrada na CNH. Assim, o motorista será obrigado a utilizar os óculos ou lentes sempre que estiver ao volante.
Possíveis restrições e encaminhamentos
Quando o oftalmologista identifica alguma limitação mais severa na capacidade visual, ele pode recomendar exames complementares ou impor restrições específicas. Em casos mais graves, em que há comprometimento da visão binocular ou campo visual muito reduzido, o candidato pode ser considerado inapto temporariamente ou mesmo de forma definitiva, dependendo do diagnóstico.
Motoristas com visão monocular, por exemplo, ainda podem dirigir, mas precisam passar por avaliações específicas e obter autorização médica. O mesmo vale para pessoas com doenças oculares progressivas, como glaucoma ou catarata, que exigem acompanhamento contínuo.
Renovação da CNH e periodicidade dos exames
A frequência com que o exame oftalmológico deve ser realizado varia de acordo com a idade do condutor. Para pessoas com menos de 50 anos, a renovação da CNH deve ocorrer a cada 10 anos. Entre 50 e 69 anos, o prazo é reduzido para 5 anos. Já a partir dos 70 anos, a renovação precisa ser feita a cada 3 anos, sempre com reavaliação médica.
Essas exigências estão alinhadas com o esforço das autoridades de trânsito para reduzir o número de acidentes causados por limitações físicas não detectadas a tempo.
Segurança coletiva começa com responsabilidade individual
Mais do que um procedimento burocrático, o exame de vista representa um filtro essencial para garantir que apenas pessoas com aptidão física adequada assumam o volante. A exigência está amparada por normas técnicas e médicas que visam não apenas proteger o condutor, mas também todos que compartilham o trânsito com ele.
Garantir a saúde visual é uma forma de respeito à vida e à coletividade. Por isso, manter os exames em dia e procurar ajuda médica ao menor sinal de alteração na visão são atitudes que fazem toda a diferença na segurança viária.